quarta-feira, 27 de abril de 2011


Eu já não sei mais, já não sei em quem acreditar, pra onde ir, ou se devo chorar. Não sei em quem confiar, será que devo confiar? Nada mais aterrorizante do que isso, essa dor que pulsa a cada instante mais forte sob meu peito, dor essa causada por você, logo você, o qual eu curei todas as feridas, eu as deixei completamente cicatrizadas. E em troca, o quê você fez? Opôs-se às minhas ações, criou novos cortes, e reativou antigas dores. E meu coração, antes já corroído, agora se encontra ainda mais destroçado. Mesmo sem ser questionada por ti, eu falei, mais que isso, eu gritei a verdade, e para isso não precisei usar a voz. Será que depois de tanto tempo não terias aprendido a ler meu olhar, ou decifrar o meu sorriso? Se não, nada disso valeu à pena. E por mais que eu queira lutar contra isso, que todos digam que foi de verdade, que você diga que foi verdadeiro, algo abaixo dos escombros da morada que faz pulsar meu sangue me diz que não, que tudo isso não passou de um jogo de máscaras, máscaras que usei, que você usou, que todos usaram. Eis então que chega o fim, o verdadeiro fim, sem nenhuma máscara escondendo uma placa onde havíamos escrito um “continua no próximo episódio”. Por mais que possa doer em você, que mesmo depois de tudo possa doer em mim, tudo acabou, e dessa vez permanecerá em nossa história para sempre.
(Railma Rochele)

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