sexta-feira, 16 de agosto de 2013

sempre passa!

Naquela noite fria, eu ali, pedalando o mais rápido possível, sentindo o vento fazer cócegas nas minhas narinas, os pingos gelados da chuva arranhando meu rosto, e, se misturando com as lágrimas quentes que escorriam pela minha face. Aquele percurso parecia não ter fim, a escuridão gelada parecia que não ia acabar, mas eu continuei pedalando... no fundo eu sempre sei que tudo passa, que sempre haverá uma luz no fim do túnel. Continuei pedalando, as lágrimas quentes se misturavam com os pingos gelados, meu coração parecia que iria parar, aquela dor estava me roubando o riso. Aquele bisturi elétrico cortando o meu coração parecia não cessar nunca. E as lágrimas escorriam cada vez mais; continuei a pedalar, aumentei a velocidade e o choro foi mais intenso, queria gritar. O soluço tomou conta de mim... foi um caminho inteiro quase afogado. Mas eu sabia que ia passar, ia concluir aquele percurso. Continuei pedalando; as lágrimas escorrendo, o queixo tremendo, o coração doendo. Avistei então a esquina da minha casa, e disse para eu mesma "Tudo passa!". Intensifiquei as pedaladas, encostei no portão, e ao entrar naqueles m² a dor já parecia amenizar, ali era o meu lar, ali eu seria consolada, aconchegada, aquecida. Sentia o amor em cada parede, em cada milímetro de calçada. Entrei, me senti em casa, e tive certeza, aquela dor, sempre passa!



mia

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