terça-feira, 19 de novembro de 2013

eu sei e você sabe

Eu sei que sentirei saudades, sei que vou sonhar, e olhar o celular esperando tocar. Mas a vida anda.
Eu sei que pode ser a decisão errada, sei que posso me estraçalhar, querendo voltar. Mas o tempo corre.
Eu sei que vai doer, quem sabe mais do que já esta doendo, sei que não terei para onde correr. Mas o destino cuida.

Você também sabe de tudo isso. Ou talvez, ache que amanhã tudo já volta a ser como era antes. Na realidade eu também já pensei assim, achei que acordaria e todo o pesadelo chegaria ao fim, mas não... isso aqui é a vida real, nós somos reais!

Sei que no fundo você sentirá saudades, sonhará comigo e irá olhar o celular. Torço para que sua vida ande.
Eu sei que você ficou confuso também quanto a decisão, e pensou que estava se estraçalhando, ou me estraçalhando, mas vejo em seus olhos que você não tá querendo voltar. O tempo correu.
Sei que em ti tá doendo, quem sabe amanhã não doa mais, sei que você queria correr. Mas o destino cuida.

E vai ser assim, eu sei e você sabe. E isso é o que nos basta.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SUICIDIO - Cazuza

baby a vida já não tem sentido
eu ando meio esquecido
meio metido
baby a vida já não faz falta
a chuva está rala
e o sol aparece entre as nuvens
a minha voz tá roca
e minha ideologia louca
eu ando meio pirado
pensando em suicido
eu ando meio tarado
e virado
baby me salva
não me deixa
me salva
por favor,
por favor
que não seja por engano
mas por vingança
que você se esconde
de baixo do pano
eu ando meio pirado
pensando em suicido
eu ando meio tarado
e virado

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Prólogo no estábulo. - Por Bruna Angelone

Estão presentes a ferreira e seu mensageiro.
Ferreira:
Vá e corra, mensageiro!!
a Ele entregue a espada,
diga que como o fio que balança o mundo,
tem balanço e é equilibrada.
Peça que confie no conteúdo,
com ânimo foi bem forjada.
Vá sem parada, que esse é ferro novo.
Saiu da pedra pelo fogo
e anseia o fim da batalha.
Montou e saiu como  se cavalgasse o mundo.
não demorou e a densa mata já via,
a noite pedia licença e o sol cedia
O cavalo arfava!
os olhos alcançavam a luz.Estava ali o acampamento.
Veja a grande Cruz!
Mensageiro:
Calma, calma cavalinho,
não entraremos  a noite  famintos floresta a dentro
tenho algo que nos serve
faremos aqui parada breve
antes da alvorada
trarei vitória ao bem de minha amada.
E absorto no silencio o mensageiro se afligia.
Mensageiro:                                                                                                                                                               
onde está minha montaria?
como vou seguir sozinho sem cavalo  mata a dentro?
de certo se soltou da corda,
deveria ter ido logo e sem demora...
(Ouve se passos vindo do bosque)
Ninfa:
tens razão pobre amigo!
(O mensageiro de assalto se levanta e procura pela espada )
Mensageiro:
pobre? não sou pobre
embora comigo não carregue adornos
a coragem de um homem me vale como ouro.
Ninfa:
A coragem vale até mais que ouro...
mas quanto vale da amada o corpo?
tens mais coragem que vontade? Homem tolo!
Mensageiro:
De quem é a voz que sobre coragem me fala?
vai ficar escondida na noite, no meio da mata?
Revela-te bruxa!
Sei bem que o medo
é o veneno que usa!
(Sai  a mulher ...Era linda e nada a adornava,
um manto era tudo o que tinha, sobre seu corpo a lua brilhava.)
Ninfa:
Não sou bruxa forasteiro,
se assente e perca o medo
trago  o vinho que precisa
deixe me ser esta noite
tua companhia.
(Serve o vinho)
Mensageiro:
se não é bruxa como sabe?
do amor que em segredo
me estoura o peito.
Ninfa:
Aprecio um bom amor
Dele sinto o cheiro
me diga o que quer
posso lhe fazer esse gracejo.
(Ajeita o fogo e tira o gorro)
Mensageiro:
quero dela os pensamentos além do seu corpo inteiro.
se fosse só luxuria,
nessa loucura que aspiro
de certo já o teria feito.
Quero minha amada
livre e desamparada.
Ninfa:
mas, é ela casada?
(Se aproxima e pede a espada)
Mensageiro:
Não! Enamorada.
pelo dono desta espada.
Ninfa:
Reconheço esse brasão
pobre homem,
sei a quem pertence seu coração.
Mensageiro:
De graça nada faria,
viaja sozinha e sem companhia,
De ti desconfio...
Por que faria isso?
(O fogo estala e da terra sobe um clarão)
Ninfa:
Já te disse, mas repito:
com o amor muito me divirto.
E não estou sozinha, te escolhi como companheiro.
Olhe-me bem agora!
Não estou bonita
do que quando me viu primeiro?
Mensageiro:
De fato está mais bela,
tem dela o mesmo cheiro.
Faça sua magia bruxa
sou seu companheiro.
(Na aurora ao acordar, a consorte se vestia
era velha e retalhada.
Com pressa o tempo temia)
Mensageiro:
O que fizeste feiticeira?
Ninfa:
Não se sinta enganado.
Depois do vinho fizemos um trato.
Olhe em volta! A guerra é finda.
Foram tomados de assalto.
Que má sina...
Mensageiro:
Ah... como entregarei a encomenda?
Ninfa:
Se acalme ele está vivo e lhe anseia.
vá ao teu encontro
e então entenderá
que pago tudo o que compro.
Seu pedido estará lá.

(Perto do campo de batalha entre os pinheiros  ele avista o nobre guerreiro, parecia já estar morto com uma flecha no peito)
Mensageiro:
Maldição!
Não cumprirei a missão
e nem dela terei perdão.
Vou ao menos lhe aprontar uma sepultura
pobre nobre, levarei noticias suas.

(tira o elmo do moribundo, tira lhe o anel e mostra a arma forjada. Recebe dele as ultimas palavras e eram versos para a amada)
Mensageiro:
Não fui fiel servo dela.
deitei-me com a ninfa
e pedi por ela.
E a ti peço perdão
não era tua hora
a flecha esta envenenada.
(sela os olhos do já morto companheiro,
lhe da ali mesmo um simples enterro.
Embrulha a espada no manto branco e retorna para a sua morada)

Prólogo na casa de forja.
(estão presentes o Mensageiro e a Ferreira)

Ferreira:
regressou com a lamina seca?
Como pode?
 Veja, nem ao menos foi usada...
Ande Homem, lhe necessito a palavra!
entregaste a ele a espada?
Mensageiro:
Cheguei e a guerra era finda...
O exercito de corvos como bem sabes,
prisioneiros não fazia.
Vosso nobre porém,
foi achado ainda com vida.
Sob a espessa bruma
lá entre os pinheiros
a floresta o escondia.
uma flecha o peito torturava,
a morte era certa e espreitava.
ao me ver aproximar
quis se por de pé para batalha
mas viu a espada que eu carregava
e antes de partir,
te deixou essas palavras:
Cavaleiro:
Repouso na lamina minha face,
E é a que teu fogo me forjou.
Dama leve e balanceada
ceife meu ultimo beijo
e retorne à sua morada.
Bem sabe que não lhe desejo mal, cara amada
mas sabe que o tumulo não será
do meu querer morada,
até da terra será tu por mim ansiada.
mensageiro:
E morreu assim, com ela sobre o peito.
Ferreira:
Poupe-se do seu pesar,
sei que és alcoviteiro.
me disse a magia da forja
que uma Ninfa
te fez tal gracejo.
Contou  que tu não sabia
se era dela, de mim ou do vinho que bebia.
Para a morte certa entregou meu bem amado
achou que eu aceitaria esse amor roubado?
Fique agora com sua seca eternidade,
com a doença da saudade
que queria em meu peito instalada.
Encontrarei meu pai e a ele serei grata.
me ensinou a forja e a aliança se fez na espada.
Me diga o que mais ganhaste?
Sabe que eu nunca o teria...
não há o que te baste?
Mensageiro:
Bastaria!
Se fossem minhas
as palavrinhas que risonha recita
a bater na forja como se tocasse lira.
Não vê que lhe salvei a vida?
O padre por quem se apaixonaste
é um ceifador de vidas.
Se sabe da espada a magia,
era teu sangue que que no campo escorreria.
Ferreira:
Cala-te, pois muito mais ele sabe
sobre as coisas do céu e da terra
que esse livro que te guia.
Me dê a espada para que me conforte!!
Da magia não sabe nada,
Desse mundo ter a morte é muita sorte.
Por nosso eterno encontro lhe sou grata!
Essa espada é minha melhor
e a ultima a ser forjada.
Oh amado, me receba na tua morada
eu chego pela mesma espada.


 (Bruna Angelone Costa - Escritora, Desenhista, e, Amiga)